14.1.08

PRESENTE DE MORFEU


As pálpebras já pesam.
Olhos cansados e o olhar fugidio.
Epiderme refletindo pequenos tremores
Nascentes de um sistema nervoso perturbado.
Quando esse conjunto se forma
O mundo é minuciosamente analisado,
Passa a pesar como as pálpebras,
Quebrar sob a erupção nervosa.
Deprimido acordou, sentiu o peso da existência,
Deitou sem análise e analisou sem mundo.
Evoca Morfeu, o grande deus,
Aquele que contempla aos tristes
Gracioso presente:
- "Dorme homem moribundo".
Foi a ordem do bom deus.

O olhar cessou e com ele o mundo.
Algumas horas eliminam o pensar.
Dorme homem sem rumo e espera.
Espera a coragem chegar.
Só assim poderás completar a análise do mundo.
Só com ela poderás partir.

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