12.10.12

Num Jardim De Silêncio.



Hoje preferi apenas calar.
Num primeiro momento,
Não vi nada de diferente,
Tudo seguia seu ritmo,
Como se eu nem tivesse parado para ouvir,
Como se eu não estivesse ali.
Mas pouco há pouco pude ir mais longe,
E meus olhos desabrocharam a uma nova realidade,
Como um lírio que desabrocha saudoso
Em meio ao vasto campo.
Assim também abriram meus lábios
E neles, um sorriso brando.
Um pássaro cantava em uma harmonia transfigurante,
Nas flores que se confundiam com os raios do sol,
Nas verdes ramagens sobre o chão,
Em todo e qualquer lugar,
Descobri o amor que eu jamais encontrara.
Pela primeira vez, senti algo que não era dor,
Nem simples paixão.
Penso que seja amor,
Pois me fez chorar.
De modo algum eu podia acreditar
Que por tão longo tempo eu...
Eu simplesmente deixei a vida passar.
Então perguntei-me:
Como pode ó Deus!?
Toda esta gente que vai e que vem,
Não ter ainda percebido a realidade,
De um cálido amor que as tem?
Minha voz parecia ter se perdido
No longínquo céu azul.
E novamente as lágrimas banharam minha face.
É difícil dizer à alguém
o universo que ela possui.
Mais difícil, porém, é perceber nossa pequenez
Frente a tão imenso e misterioso mundo.
A maior covardia de um homem,
É dizer que nunca chorou,
A maior desgraça de uma vida, é morrer
e não saber se realmente amou.
Sinceramente, é difícil crer.
Que no mais secreto esconderijo do nosso coração,
Possa haver este florido jardim.
É impossível dizer
A inefável beleza que há em ti,
Esta beleza sem fim.

Nenhum comentário: