21.8.12

MEDO



Sinto medo. Meu peito quase não mais suporta a taquicardia. Os nervos latejam à forte ansiedade. Vez ou outra sinto uma leveza insustentável e a angústia paira novamente sobre meu ser. É o mundo, esse pesado mundo que desloquei do seu eixo fixo e lancei sobre meus ombros. Agora tenho medo de abandoná-lo, há seres nele que eu não gostaria de vê-los cair. Estou sufocado por uma nebulosa que eu mesmo criei. Maldita responsabilidade. Maldita liberdade que me permitiu ousar. Sinto medo que tudo caia e se desconcerte. Não sei ainda por quanto tempo vou suportar. Ah mundo, vasto mundo! O poeta já morreu em sua vastidão. Preciso continuar a marcha; ainda não é a hora de cair. Os braços trêmulos ainda equilibram mais alguns passos. Os passos rastejantes ainda podem esfregar mais alguns palmos de terra. Sinto medo. Tudo parece tão longe e tão perto que me causa náuseas. Talvez eu caia em breve, logo ali, bem perto da chegada. Não quero mais chegar. Não quero mais esse fardo. Maldição dos deuses! Sinto medo de não sentir medo e deixar que tudo padeça.

Nenhum comentário: