10.10.08

ACIDENTAL

Acidental



Olho minha casa e ali, no canto esquerdo tem um canto de pássaro triste. Na janela semi-aberta, a fenda da à luz dois ou três raios de sol. Uma traça muito sem graça, faz seu exercício matinal sobre meus livros. Transformou a lombada das obras numa pista para corrida com obstáculos. Obstáculos sempre aparecem à minha frente. Correr é algo do qual já cansei.

Saio de casa e na rua há dois caminhos que levam para o mesmo lugar. Sigo pelo lado direito. O lado esquerdo me provoca a pisá-lo. O meio do caminho, no entanto, é sedutor porque nele corro todos os riscos. Para sair do dilema caminho em zigue-zague.

O passeio me cansa. Dou meia volta e estou em casa novamente. O canto continua triste, mas sem pássaro canoro. A fenda ainda está aberta, no entanto os raios de luz foram apagados. A traça foi destroçada quando derrubei o dicionário sobre ela. Preparava-se para um salto triplo e conseguiu um salto mortal. Desculpe-me. Foi acidente. Juro que não era necessário ser fatal. Foi mero acidente. Mas tudo na vida não é meramente acidental?



Sidinei Cruz Sobrinho

Passo Fundo, 9 de outubro de 2008

Nenhum comentário: